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Foto do escritorCapitulos De Superação - IFC

Sobre o Amor…

Atualizado: 14 de nov. de 2023


Ilustrado por: Natália Ceron Zardo

De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.

SABINO, F. III – O Escolhido in O Encontro Marcado. Editora Record. 79ª edição. 2005.


Eu sempre acreditei que encontraria alguém para chamar de amor, de “Meu Amor!!!”Acreditei que a gente ama de verdade uma vez só na vida!

A inocente menina do interior sonhava em poder estudar, cursar faculdade, sonhava com um futuro promissor, queria mais que tudo encontrar o amor verdadeiro, casar, ter filhos, ter um lar, amar e ser amada!

Em 2002, no Baile do Bombeiro, o meu coração disparou, uma química surgiu, eu o vi e ele me viu! Naquele instante eu tive a certeza de que era ele o amor da minha vida! Até então eu nunca tinha chamado ninguém de Amor… verdade é que acabou virando “Mor”! Sim, foi recíproco!

Namoramos, noivamos e nos casamos. Eu de vestido branco, coque no cabelo, buquê de rosas vermelhas com “mosquitinhos” brancos, levada na igreja pelo meu pai e minha mãe. Ele esbelto, mãos suadas apoiando seus braços nos ombros do seu pai e da sua mãe. Dizem que o corredor da igreja foi feito somente para duas pessoas, mas a gente quis três…

Quatro anos, sete meses e vinte e um dias foi o tempo de convivência no qual todos os dias, carinhosamente, trocamos as palavras “NEQEAVC” e “idem”. O tempo realmente sempre foi muito marcante, comemoramos todos os meses e, depois, também os anos juntos. Parece que o tempo que tínhamos era por demais importante.

E aí o dia fatídico em que um acidente de trânsito o levou sem que eu pudesse me despedir, quando o último beijo foi gelado e não mais correspondido. Desejei que quando o caixão se abrisse fosse outra pessoa… quem dera fosse um trágico engano…

Mesmo eu não estando junto no acidente eu morri por anos e meus sonhos adormeceram. O cheiro de sangue, do seu sangue na roupa e no tênis que dias depois lavei me perseguiram! Eu não conseguia entender nem aceitar porque acontecera comigo…

Anjos em forma de amigos e familiares estiveram comigo e me fizeram reviver. Tive a irmã de coração que à noite, mesmo que dormindo no sofá, estava lá a me esperar, a me incentivar a dirigir, a me incentivar a sair. As amigas de Luzerna me incluíram como parte das suas famílias e estavam comigo nas conversas intermináveis. Amigas do trabalho que estiveram comigo sempre a me encorajar. Os familiares que não me deixaram passar os fins de semana só. As caipirinhas nas sextas à noite foram combustível para recomeçar. A família do meu amor que continuou e continua sendo também a minha família.

Eu sempre acreditei no Amor, mas também acreditei que se ama uma vez só na vida e o dilema surgiu.

Na virada de ano de 2011 para 2012 escrevi o meu pedido: Muita paz, felicidade, saúde, fartura, família e amigos reunidos. E sem querer pedir demais, desejei alguém bem bacana para participar dos meus sonhos, para rir das minhas piadas, para me animar quando ficasse triste. Alguém para trocar lâmpadas queimadas, para ser meu parceiro nos jogos de baralho e de vôlei. Alguém para dormir de conchinha para me acordar e me desejar um bom dia. Alguém para assistir filme e dividir a pipoca, para me fazer massagem e cafuné na rede. Alguém para almoçar comigo, provar as minhas receitas e secar a louça também. Alguém para ser amigo dos meus amigos e voltar das festas abraçadinho comigo. Alguém que fizesse meu coração bater acelerado e que estivesse disponível para receber todo o meu amor na mesma intensidade. Alguém trabalhador que fizesse parte dos meus álbuns de fotos de 2012 até todo o sempre!

Desejei amar e ser amada novamente!

E naquele ano meu desejo foi atendido. Entrou na minha vida o meu Bem, meu Bem Maior que provou que sim, que é possível amar mais de uma vez! Que por mais que o meu coração estivesse ferido, seria possível cicatrizar e recomeçar. Ensinou-me e me presenteou com um amor ainda maior: o amor de mãe! Sou mãe de dois Tesouros!

Ensinou que depois das tempestades o sol sempre volta a brilhar. E que, mesmo difícil, parecendo impossível, é possível superar!





Autora: Rosicler Zancanaro Bernardi

(Publicado em: Julho de 2023)



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